Rivalidade que faz bem ao futebol
Era o início de temporada de 1976, o Santo André se preparava para a temporada da primeira divisão (segundo nível) que iniciava e cuja atração principal era a real possibilidade que houvesse acesso graças à iniciativa da Cidade de Santo André, na figura do Sr. Wigand e complementado pelo Sr. Acyr.
O Supervisor de Futebol do Santo André, Sebastião Lapola procurou a direção do Saad e juntos organizaram o "Troféu Grande ABC". O objetivo era manter o ritmo do time, que acabava de enfrentar o Independiente da Argentina, frente um adversário local, reforçando assim a rivalidade local.
O torneio seria uma melhor de dois jogos disputados entre as duas equipes. O primeiro seria jogado em Santo André, no estádio do Jaçatuba e o segundo em São Caetano.
Ao final do primeiro jogo, no estádio do Jaçatuba, a manchete do Diário do Grande ABC resumia o que tinha sido o jogo: "Muita Violência e pouco futebol no empate sem gols". O Saad veio para se defender e o Santo André não teve criatividade para ganhar o jogo.
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Nos vestiários, a reclamação era contra a violência do adversário: O zagueiro Flavio destacava "Violência do Saad? Não me preocupo. Eles dão pancadas e nós também". O ponta esquerda Rômolo, previa "Se foi violento em Santo André, em São Caetano será mais ainda".
O técnico Aurélio Bastos se mostrava irritado "Era um simples jogo amistoso e eles vieram aqui dando pauladas para valer. Mas o maior culpado por tudo é o juiz, que não fez nada para coibir o jogo violento". Ele ainda previu que o jogo em São Caetano seria diferente "... o Saad terá, necessariamente que deixar de lado a retranca e tentar marcar os gols que lhe possam dar a vitória".
O Santo André jogou com Ronaldo, Roberto, Rodolfo, Flavio e Luiz Augusto; Fernandinho e Souza; Celso Mota (Luizinho Gaucho), Vicente, Tulica e Rômolo. O Saad jogou com Leonetti, Mingo, Celso, Nega e Walter; Serelepe, Toninho I (Nascimento) e Henrique; Toninho II, Wanderlei e Wagner. O árbitro foi o Sr. Rubens Paulis responsabilizado pelo excesso de violência.
O segundo jogo, disputado no estádio Lauro Gomes, em São Caetano do Sul não foi diferente. O jogo foi marcado por pontapés e várias paralisações. Aos 22 minutos do primeiro tempo, uma confusão levou os 22 jogadores a um tumulto.
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Aos 35 minutos, um erro da arbitragem que marcou pênalti a favor do Saad em um toque involuntário de Rômolo. Porém, Toninho II chutou contra a trave andreense. O domínio do jogo pertencia à equipe Andreense. Porém o placar foi movimentado pela primeira vez pelo Saad aos 45 minutos do primeiro tempo, com Wanderlei em uma falha incrível do bom goleiro Ronaldo. A torcida do Saad ainda comemorava, quando Tulica recebeu passe de Souza e empatou o jogo.
No começo do segundo tempo, Roberto foi expulso e dificultou as coisas para o Santo André. Porém, Coletti também foi expulso aos 33 minutos do segundo tempo. E o jogo terminou assim. O título seria decidido na prorrogação.
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E na hora decisiva, o Santo André contou com o seu melhor jogador. Aos 11 minutos do primeiro tempo da prorrogação, Tulica foi lançado na entrada da grande área e, mesmo cercado por três jogadores, tocou de calcanhar para Luizinho Maia, que foi derrubado por Julinho. Fernandinho bateu o pênalti e fez 2 a 1 para a equipe Andreense.
Aos 12 minutos do segundo tempo da prorrogação, Tulica foi lançado por Fernandinho, driblou Nega, driblou Leonetti, perdeu o ângulo, voltou a driblar Leonetti e tocou para Rômolo definir placar para o Santo André. Ao final de 120 minutos de guerra, a torcida do Ramalhão comemorava um título em cima do rival dentro de sua casa.
O Santo André jogou com Ronaldo, Roberto, Rodolfo, Flavio e Luiz Augusto; Fernandinho e Souza; Celso Mota (Luizinho Maia), Vicente, Tulica e Rômolo. O Saad jogou com Leonetti, Mingo, Celso, Nega e Walter; Serelepe e Toninho I, Henrique (Gerson) e Toninho II, Coppini e Julinho. O juiz foi Renato de Oliveira Braga, que foi extremamente criticado por sua atuação.
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