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05/07/2007 - 07:58:22

Realismo demais ou pessimismo?

Carlos Silva


No último dia 30 de junho, ocorreu o terceiro aniversário (já??) da conquista do título da Copa do Brasil pelo Ramalhão. O fato teria passado despercebido pela mídia, não fosse uma matéria publicada no sítio do Globo Esporte na internet, com título que bem demonstra a linha da reportagem: “Praga de Urubu? Santo André agoniza na [Série] B”. O link para a matéria foi postado na lista de discussão e também no mural do sítio Ramalhonautas (e por sinal, os colegas da lista são verdadeiros sabujos digitais, pois conseguem farejar cada coisa na internet...).

A matéria foca a aparente decadência do Santo André após o título da CB e a falta de capitalização da conquista, mas não atinge muita profundidade no assunto; percebe-se que é voltada para um público que não costuma acompanhar a realidade da Segundona. Nota-se mesmo certa desinformação, por exemplo ao tratar o Jairo Livólis como presidente do Santo André, cargo que ele não mais ocupa, e ignorar a transformação do clube em empresa. A contratação do ex-ex-jogador Marcelinho Carioca é noticiada, mas como se fosse simples dádiva de dois empresários da cidade e última tábua de salvação do time, e não um instrumento de repercussão e marketing.

Mas o que de fato enfureceu a comunidade ramalhonauta foram as declarações de Livólis reproduzidas na matéria, consideradas bastante pessimistas, sobre o momento atual e expectativas futuras para o Ramalhão: entende o ex-presidente que é “impossível” repetir um dia aquela conquista, que o objetivo do clube na Segundona é “apenas fugir do rebaixamento” e – heresia das heresias! – aponta certo time vizinho como favorito ao acesso.

Se acreditarmos que as declarações não foram distorcidas e refletem de fato o pensamento do ex-presidente, só nos resta lamentar profundamente que Livólis tenha trocado a cautela e realismo que sempre o caracterizaram por um pessimismo desenfreado, e pior, totalmente incompatível com o cargo de presidente da diretoria executiva do clube-empresa, que ora ocupa. Afinal, se o próprio idealizador e condutor da empreitada não acredita em seu êxito, como convencer os investidores a aplicar seu dinheiro no clube? E como motivar a torcida a retornar aos jogos da equipe, se o objetivo é apenas não cair? E o elenco, como esperar que não se sinta desmotivado quando fica subentendido que sua qualidade técnica é tão limitada que só permite aspirar à frágil meta de “não ser rebaixado”?

Não acreditamos que a conquista da Copa do Brasil e conseqüente participação na Libertadores sejam uma façanha apenas ocasional, resultado de uma série de circunstâncias felizes e impossível de ser repetida. O caminho existe e pode ser trilhado por qualquer equipe que mostre competência em campo e estabilidade fora dele, qualidades que o Ramalhão teve na época e pode repetir com organização e trabalho bem direcionado. O clube empresa nasceu com essa filosofia; afinal, ninguém investiria no Santo André se acreditasse que o clube nunca passará da Série B.

Chegar à elite do futebol brasileiro e conquistar a visibilidade que essa vitrine propicia é fundamental à concretização dos projetos a que o clube-empresa se propõe, e ao conseqüente faturamento. É, portanto, o primeiro alvo a ser atingido, e uma nova participação na CB ou na Libertadores – assim com o retorno à Série A-1 do campeonato paulista - viriam eventualmente como conseqüência. E a torcida apoiará o time sem restrições, se perceber que está lutando pelo objetivo certo.

As declarações do Jairo Livólis repercutiram muito mal entre os torcedores, e provavelmente o mesmo ocorrerá entre os cotistas. Acreditamos que o corpo de investidores passará a cobrar dos administradores da empresa uma postura mais arrojada e otimista, o que é perfeitamente possível sem fugir à “realidade de um clube pequeno”.


“Curtas”:

- A inauguração da “Arena Barueri” praticamente quintuplicou a média de público nos jogos do Grêmio Barueri na Série B. Fenômeno semelhante ocorreu com o Paraná Clube após a reinauguração de seu estádio na Vila Capanema, e de quebra o time paranista ainda conseguiu vaga na Libertadores. Casa nova, confortável e bem arrumada atrai público e isso está mais que demonstrado. Quando veremos realizado o sonho de uma verdadeira reforma no Bruno Daniel?

- A torcida Ramalhonautas recebeu, na pessoa de um de seus integrantes, correspondência do ex-jogador Celso Motta, um dos heróis da conquista de 1975 e que atualmente reside em Bauru, agradecendo a lembrança e a homenagem prestada. Nós é que agradecemos, a ele e a todos os profissionais homenageados no Jubileu de Pérola, por tudo o que fizeram pelo Ramalhão.







 

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